quinta-feira, 14 de abril de 2011

Os ideais presentes no nascimento da República


A República, desde o seu efervescência ideológica, já estava imbuída dos ideais positivistas provenientes da Europa. Estava ocorrendo uma transferência, no Brasil, da forma imperialista de governo para a forma republicana. Tal fato já representava, para os positivistas, a passagem de um estágio obsoleto para um mais moderno. Aí estava intrínseca a ideia de progresso, característica sempre presente nas ideias positivistas. Também é necessário lembrar que tal inspiração positivista está presente, inclusive, na bandeira do Brasil, através do lema “Ordem e progresso”. Atrelada a esse ideal positivista, que pregava o progresso como uma fonte essencial de desenvolvimento das nações, tem-se a emergência das novas tecnologias que estavam começando a se fazerem presentes no País. Ainda que tardiamente, o Brasil passava a ser invadido por essa tecnologia advinda da Europa. Temos, nesse aspecto, que observar a busca que havia, por parte dos brasileiros em se “europeizar”, ou seja, seguir os padrões europeus. Isso ocorreu não somente na questão urbanística, mas também na questão tecnológica. Essas inovações refletiram na sociedade, que teve que se modificar para que pudesse se adaptar a essa nova realidade. Dentro dessa seara temos a presença das vanguardas artísticas, as quais introduziram no Brasil modificações na cultura e na arte, as quais produziram importantes reflexos na sociedade como um todo. Nesse sentido, os elementos históricos e estéticos se entrelaçam e acabam formando um conjunto harmônico que vai influenciar o País nos primeiro anos da República. O contexto político ainda é um tanto quanto conturbado, pois o período é de consolidação da ainda nascente República. Esta ainda se apresenta bastante fragmentada, não se configurando como o conjunto harmônico, pelo menos em tese, observado atualmente. O poder central ainda representava bastante força nas relações entre os entes federativos, caracterizando grande dependência em relação à União. Como herança do federalismo adotado no Brasil, o qual partiu de um Estado centralizador para um descentralizador, ainda temos, nos dias atuais, uma predominância de competências da União em detrimento dos estados-membros, do Distrito Federal e dos Municípios. Isso acarreta em uma forte dependência dos últimos em relação ao primeiro.

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