sábado, 23 de outubro de 2010

Idade Média - Entre a luz e as trevas

A Idade Média é um dos assuntos que mais chama a atenção dos estudantes de história, sobretudo aqueles que ainda estão no ensino básico. A produção cinematográfica "Entre a Luz e as Trevas", do diretor Leslie Megahey, é recomendada àquelas pessoas que gostam do tema, sobretudo as que cursam o ensino superior, pelo fato dela possuir algumas cenas fortes. Segue abaixo uma breve resenha a respeito do filme:
O poder da Inquisição, assim como todos os seus julgamentos absurdos foi a temática central da película. O filme é riquíssimo, e oferece uma ampla visão no que se refere aos aspectos da Baixa Idade Média, mais exatamente no que concerne à Inquisição, abrangendo também o campo do Direito Medieval. Analisando seu título, já percebemos o quanto ele é sugestivo ao indicar uma contradição: a luz (que tem a intenção de representar a nova era que se aproximava, e as trevas, que oferece uma visão pejorativa do período Medieval). Essa é justamente a principal característica presente na mentalidade das pessoas durante a Baixa Idade Média: elas se encontram em um grande dilema, onde de um lado se encontra o tradicionalismo da Igreja Católica, baseado no medo da condenação, e por isso não eram permitidos determinados comportamentos, e de outro as novidades que estão surgindo graças a uma maior abertura da sociedade, proporcionando liberdade de pensamento. Essa idéia é retratada de maneira explícita no filme: o advogado indicado para defender uma porca em um tribunal da Santa Inquisição considerava tal situação um absurdo. Em contrapartida, uma grande parcela da população, ainda tomada por um pensamento fechado e dogmático, considerava o animal como sendo um assassino. Foi nesse contexto que a Inquisição encontrou terreno fértil para se propagar, basta analisarmos a enorme quantidade de pessoas e animais queimados nas fogueiras durante a Baixa Idade Média. Ela, na verdade, significou uma tentativa desesperada da Igreja Católica de manter todo o seu domínio e poder. O filme também proporciona a oportunidade de analisar como se dava o poder do senhor feudal, além de como era a mentalidade das pessoas comuns a seu respeito: ele desempenhava o papel de uma espécie de prefeito, juiz e polícia ao mesmo tempo, mas é importante notar que no filme já estava tendo início a desagregação do feudo e consequentemente a diminuição do poder senhorial. Para a maioria das pessoas, principalmente as mais humildes, o senhor era uma figura mítica e todos o temiam. Outro ponto interessante se refere ao luxo ostentado pelo alto clero Católico, sendo que este foi um dos motivos que fizeram com que a Igreja Católica se perdesse e, dessa forma, também perdesse muitos fiéis.