É de grande valia a observância dos aspectos históricos dos lugares nos quais vivemos. Em uma das postagens anteriores, tratei do início da formação histórica do município de Jupi - PE. Agora trataremos do assunto referente à praça da cidade de Jupi e para isso teremos que nos remontar à história da própria cidade. Foi a partir dela que houve a fundação da localidade e partiu todo o crescimento da cidade. Longe de querer repetir o post anterior, retomaremos alguns aspectos que já foram aqui apresentados.
Antes da chegada do português Antônio Vieira de Melo, em 1617, localizava-se uma tribo indígena onde hoje é Jupi, a qual era conhecida como Olho D’água de Yu-Py. O local possuía abundantes fontes de água e terra muito propícia ao cultivo, principalmente da mandioca, a qual já era cultivada pelos indígenas. O centro dessa tribo era localizado na atual Praça Nossa Senhora do Rosário, a principal da cidade, mas ela se estendia por outras terras ao redor de seu centro. Onde hoje é a atual Rua Antônio Pereira Braga, conhecida por Rua do Fórum, localizava-se um cemitério indígena, por exemplo. Esse fato evidencia-se pela descoberta de várias ossadas quando da construção de um poço em uma casa dessa rua.
Antônio Vieira de Melo foi desterrado das terras Portuguesas, possuindo ele a incumbência de explorar as terras nas quais hoje é o interior de Pernambuco. Na realização de sua missão, o português chegou até a tribo Olho D’água de Yu-Py. No local ele encontrou todos os fatores acima citados, possuindo assim um local apropriado para realizar a sua exploração. Durante a sua estadia no local Antônio veio a adoecer, sendo bem cuidado e tratado pelos nativos. Ao recuperar-se, o mesmo voltou a Portugal e trouxe com ele uma imagem de Nossa Senhora do Rosário para a tribo, construindo uma capela em sua homenagem. Antônio casou-se com uma nativa da tribo, tendo ainda mais confiança perante os mesmos. Desse modo, ele passou o resto dos seus dias vivendo em Olho D’água de Yu-Py, tendo sido sepultado na capela que havia mando erguer. Logo após a transformação da capela de Nossa Senhora do Rosário em paróquia, a imagem trazida por Antônio Vieira foi roubada, não se sabendo do seu paradeiro.
Pois bem, recontados esses fatos, podemos então compreender como se deu a construção do que hoje temos como Praça do Rosário. O local no qual Antônio ergueu a capela e nela pôs a imagem trazida de Portugal, tendo ele sido auxiliado pelos nativos em sua construção, é o centro da Praça. Neste mesmo lugar, atualmente, tem-se uma imagem da Nossa Senhora do Rosário, a qual foi lá fixada no ano de 2008. Este local já era o centro da tribo indígena e com a construção da capela passou a ser também o centro do povoamento colonizador nascente. Toda a localidade desenvolveu-se ao redor da praça e posteriormente da Igreja Matriz, a qual foi construída há, aproximadamente 50 anos.
Assim podemos compreender a importância que possui a Praça Nossa Senhora do Rosário para a população de Jupi. É necessário que seja levado em consideração o fato de que, a partir dela, se desenvolveu a localidade a partir da chegada do colonizador. Também era na atual praça o lugar central da tribo Olho d’água de Yu-Py, a qual teve grande influência na formação do que hoje conhecemos por Jupi, principalmente no tocante ao desenvolvimento do cultivo da mandioca.
É importante que se veja a Praça não somente como um local de lazer ou que somente se vislumbre a sua beleza. É preciso que se tenha essa visão a respeito da sua importância para a formação de Jupi. Essa questão necessita ser levantada nas escolas do município, para que se forme essa consciência histórica nos alunos, formando gerações conhecedoras do lugar onde vivem.
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Praça Nossa Senhora do Rosário: neste local se encontrava o centro da tribo Olho d'água de Yu Py. |