sexta-feira, 29 de abril de 2011

Nordeste: as nuances da formação da identidade de um povo - Parte 1


           O presente artigo apresenta as diferentes maneiras pelas quais foi concebida a ideia de Nordeste. Essa noção de identidade foi se modificando através de diversas correntes e processos que ocorreram ao longo dos anos e que foram moldando o pensamento dos nordestinos e dos que não são nordestinos a respeito da região. Partindo das raízes da noção de região Nordeste, presentes em episódios como a luta contra os holandeses, passando correntes literárias anteriores a 1937 até a corrente histórico-estrutural e desembocando na influência da mídia, tentaremos analisar como esses fatores contribuíram e ainda contribuem para a formação da identidade da região Nordeste dentro e fora dela. 
A identidade que está contida na formação de um povo passa pelo conhecimento que este possui a respeito do espaço em que vive. Uma determinada região não se forma através da simples fixação de um grupo de pessoas em um local em um dado momento histórico. Ela passa pela noção de pertencimento a esta localidade, o que é algo intrínseco a cada um dos componentes desse grupo.
Após essas breves palavras tecidas que nos introduzem na questão da identidade que está presente nos habitantes das esferas locais, adentremos nas noções sobre o regionalismo. Buscando o significado dessa palavra, podemos constatar a sua característica polissêmica, ou seja, ela possui vários sentidos. Para o dicionário Michaelis – UOL, regionalismo pode ser entendido como: s. m. 1. Expressão social e política no sentido de defesa dos interesses de uma região. 2. Termo, locução ou costumes próprios de uma região ou regiões. 3. Gram. Traço linguístico próprio de cada uma das regiões em que se fala determinada língua. 4. Corrente literária formada pelos escritores regionalistas.
Ao analisarmos a formação do Nordeste, podemos constatar que é possível inserir alguns desses conceitos no contexto do regionalismo inerente a essa região. O contexto político acaba por imbricar-se com o social, com o linguístico, com o literário, entre outros. Lembremos, pois, que a história não é compartimentada, a não ser para a obtenção de finalidades didáticas, havendo uma interação dos diversos campos analisados em uma determinada realidade.

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