quinta-feira, 28 de julho de 2011

Getúlio Vargas – A duplicidade de um “mito”

Getúlio Vargas

É muito recorrente nos caminhos da História a existência de figuras dúplices, que comportam ideias plurais e até opostas a seu respeito. Temos como exemplo Lampião e intermitente pergunta: “Herói ou bandido?”. Também podemos incluir os bandeirantes, sobre os quais podemos indagar se os mesmos seriam desbravadores, ajudando a interiorizar o País, ou sanguinários assassinos de índios. Getúlio Vargas também se encaixa nesse perfil ambíguo quando confrontamos os avanços na economia e nos direitos trabalhistas com o regime totalitário que vigorava no Brasil.
Não se pode negar que a criação da Petrobrás, da Companhia Siderúrgica Nacional, e, principalmente, a consolidação das leis trabalhistas, foram avanços que continuam a influenciar diretamente o país. A alcunha de “O pai dos pobres” que recai sobre Getúlio não é um acaso, mas é fruto da política paternalista por ele adotada, colocando-se como protetor do povo, sobretudo daqueles mais necessitados. Os discursos a respeito da família, Deus e a Pátria como pilares da nação ratificam esse caráter getulista. Analisando outro aspecto desse período temos a sua forte ligação com os regimes totalitários, principalmente com o fascismo de Mussolini. Sendo assim, há uma contraposição entre os avanços ocorridos e a violência empregada contra aqueles que eram contra o governo. Ainda hoje se exalta a figura de Vargas pelos avanços ocorridos no Brasil, havendo sempre um “porém” quando ao aspecto repressivo por ele utilizado.
Não podemos dizer que na História há heróis ou bandidos, vilões ou mocinhos, mas apenas pessoas que constroem as suas imagens que perduram e vão sendo reconstruídas perante as gerações.

Um comentário:

  1. Caros leitores, este blog não está mais sendo utilizado, pois perdi o acesso ao mesmo. Peço que passem a acessar esse novo endereço: http://bloghistoriadores2.blogspot.com/
    Abraço! Maurício José Nunes

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