segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

A Ideologia das unificações - História x Progresso

No Congresso de Viena houve a determinação da fragmentação do território do que hoje conhecemos como Alemanha e também da Itália. Além disso, esses países foram submetidos ao domínio estrangeiro. Dessa situação surgiram movimentos nacionalistas por parte dessas duas potências, com o intuito de unificar os seus respectivos territórios.
Esses acontecimentos anteriormente citados acarretaram, no século XIX , o processo de formação dos Estados Nacionais, o qual estava fortemente imbuído da ideia de nacionalidade. A nacionalidade foi utilizada com argumento de legitimação de poder e do domínio de uns povos sobre os outros. Esse processo foi dividido em duas correntes ideológicas distintas que fundamentavam tais unificações, sendo que a primeira era a histórica e a segunda baseava-se na ideia de progresso. Havia assim uma divisão das nações europeias em históricas e semi-históricas.
Para as nações históricas, os argumentos levados em consideração eram a formação histórica desses povos, a qual era suficiente para legitimar a unificação dos mesmos. Havia nações que possuíam a plena certeza de que essa unificação deveria ser realizada, levando em consideração a política, a história institucional e cultural das tradições. Para essas nações em fundação, a identificação do Estado com as suas respectivas populações (França, Inglaterra) era um fator preponderante. Essas eram as nações que fundavam a sua unificação na história. 
Para as semi-históricas era necessário outro princípio fundamentador, qual fosse o da ideia de progresso. Os progressistas alegavam que os povos pequenos e atrasados não eram nações reais, e por isso, deveriam submeter-se às chamadas “nações reais”. Essas regiões europeias, as quais possuíam questões de cunho nacionalistas, tiveram um tratamento regionalista pelas chamadas “nações reais”. No caso da Alemanha e da Itália levou-se em consideração apenas as características culturais das elites. Na Alemanha, a anterior existência do Sacro Império Romano Germânico fazia com que fossem considerados alemães aqueles de educação elevada e que partilhavam da mesma língua escrita e literatura. Na Itália a cultura partilhada entre as elites também foi um importante fator para justificar a unificação. Podemos perceber que o norte dessas unificações não levava em consideração os costumes daqueles que não eram da elite, submetendo-os a um povo que muitas vezes não era o seu. Para exemplificar, temos o caso dos thecos que requisitaram a sua independência aos alemães, os quais alegaram que a elite theca falava a língua alemã e compartilhava dos seus costumes. Também nessa concepção não histórica, a unificação seria algo natural levando-se em consideração os avanços burgueses. Seria uma espécie de estágio mais avançado de um processo.
Percebemos, então, que havia uma mescla de argumentos históricos e progressistas para a formação dos Estados-nação e das nacionalidades: os últimos na Alemanha e Itália, os primeiros na França e Rússia, entre outros.

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